terça-feira, 7 de agosto de 2007

Há peão para a bola



Hoje vamos fazer um apontamento muito ligeiro e não vamos dizer nada sobre o aborto.
Deixamos esse assunto aos cronistas da ordem, mas mesmo assim recomendo que leiam o texto que Joana Amaral Dias assassina no DN para melhor perceberem quanta asneira se consegue dizer em tão pouco tempo.
Não hoje o assunto é bola.
E não se pense que lá porque o senhor engenheiro só gosta de correr no meio de homens isto é um assunto menor.
Não é.
Na última jornada do campeonato da Liga Honra onde batalham esforçadamente 16 clubes, sete não marcaram um único golo, oito marcaram um golo por emblema e finalmente o último marcou cinco num jogo em que o árbitro arranjou um penalty (que não entrou) e validou o golo do empate em clara falta, como ele próprio irá verificar hoje no emprego (trabalha no BES, que patrocina a equipe ganhadora) em conversa com os colegas.
Dá portanto a média de 0,8 golo por jogo e se tirarmos aquele jogo fora do contexto daria meio golo por jogo.
Há assistências de um a dois milhares de pessoas, sendo que algumas delas são nos lindos estádios de Aveiro e Leiria, que custaram paletes de dinheiro.
E por falar em estádio, o do Algarve que está sempre às moscas vai servir para uma prova do Rally de Portugal.
Foram todos construídos para honra e glória do Euro 2004.
Foi há tanto tempo.
Já ninguém se lembra.


Aborto e Democracia

A recente campanha para o referendo sobre o aborto, que se transformou num Benfica-Sporting, mostrou o pior que este povinho tem, a intolerância perante a opinião do outro o acenar de papões fantasmagóricos e o insulto directo.
Além disso mostrou a importância que a media tem, agora acrescido pelos blogs, onde o assunto passou a dominante abafando por completo os grandes e gravíssimos problemas nacionais.
Até o senhor consultor deixou de ver os salários em atraso e só consegue ver que o período não chegou.
O governo agradece.
Nesta discussão a esquerda mostrou um dos seus tiques fundamentais.
Ela é solidária, inteligente, progressista e admite muito a contragosto, porque é sempre amplamente democrática, que os outros não o são e que, infelizmente assim terá que ser, devem ser calados seja qual for o método necessário.
Por quê?
Ora claro porque a direita, ou o centro que para eles é exactamente o mesmo, é obscurantista, fascista, salazarista e apenas quer explorar o coitado do povinho para poder ir à missinha (outro pecado capital) agradecer os euros recebidos e a receber.
Como exemplo leia-se duas intervenções colhidas ao acaso em blogs.
Sinceramente, acho que ainda há muitos velhos do Restelo neste país. Aquilo que vemos, ouvimos e lemos é uma imensa minoria, mais ou menos esclarecida, mas lembrem-se que existe a maioria silenciosa, que não vai manifestar-se, mas no dia D, lá estará a cumprir o que o senhor prior pediu durante a missa dominical...
antonio boronha said...
o discurso do administrador apostólico é auto explicativo: ao contrário das muitas desgraçadas que tem de abortar por recearem não ter dinheiro para dar de comer a mais um filho, o senhor padre deve ter tido, ontem, farta consoada.
Daí ao arroto... foi um passo.
Já disse várias vezes que vou votar NÃO embora saiba que não vale de nada, uma vez que Sócrates já anunciou que ao arrepio da Constituição se o SIM ganhar sem 50% de votantes considera o resultado vinculativo e se o NÃO ganhar fará logo que oportuno outro referendo ou nas próximas eleições meterá à sucapa o assunto no programa do partido.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Foda-se, meus ***

É preciso que fique claro que a mulher não terá de “justificar-se” perante ninguém, nem sequer de “explicar-se”, pois a decisão é apenas sua, assumida ao abrigo da sua autonomia enquanto pessoa humana, autonomia essa que lhe concede um espaço de reserva da sua intimidade, que ela não é obrigada a partilhar com ninguém.
Eduardo Maia Costa
Juiz-conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça
Muito bem, eu não diria pior.Aliás Sua Excelência o Senhor Doutor Juiz podia também acrescentar como aviso que à mulher se lhe for pedida qualquer taxa moderadora deve também recusá-la.
Uma das grandes bandeiras dos apoiantes do SIM era que a nova lei não ia transformar este acto de eliminar uma vida naquilo que outros (eu incluído, claro) chamávamos de aborto livre, gratuito e até logo senhora doutora tive muito prazer em conhecê-la.
Não senhor, afirmava-se, havia de haver uma pré-consulta, um pré-acompanhamento, assim a modos que um pré-preservativo que tivesse tido uma ligeira rotura.
E depois a futura ex-mãe ia para casa com uns panfletozinhos, uns desdobráveis e como estamos na Oropa, até talvez um número de telefone para se poder aconselhar.
Se mesmo assim a “coisa” tivesse que ser feita, depois havia de haver um aconselhamento, umas aulas de como foder sem engravidar (só teóricas) e mais uns desdobráveis.
Era tudo tão lindo, mas como nos contos de fada, bateu a meia-noite e lá se transformou a linda carruagem em abóbora.
O antes já está ali explicada pela sumidade que escreveu o artigo no Sol e como membro do mais restrito clube que há em Portugal vai fazer lei para o povinho cumprir.
O depois, como tudo o que é socialista será ainda pior.
E de certeza que vai sair do meu bolso, do seu, do de quase todos.
É a vida, perdão é a morte.
* Título tirado daqui

Milagre!!!

E, novamente, eu digo que há mais júbilo no céu pelo pecador que se arrepende do que pelas noventa e nove pessoas justas que não necessitam de arrependimento.
Quem disse isto, foi como todos sabemos, Cristo.

E hoje Ele tem novamente razão para estar satisfeito.
Um pecador, um invisual impenitente, foi miraculado e passou a ver de uma vista por enquanto.
E tanto viu que escreveu o que se segue:
Olhando para Angola hoje, acabado o álibi da guerra e sendo já difícil justificar tudo com a herança colonial, fica uma dilacerante dúvida: de quem é a culpa? Da história, feita pela potência colonial; nossa, portugueses anti colonialistas que se recusaram a prolongar contra a vontade dos angolanos a tutela imperial; ou deles, antigos combatentes pela independência? A minha resposta, parecendo fácil, é a mais difícil de todas: foram eles, novos colonos na sua própria terra, que se revelaram uma fraude.
Mas como dizia Cristo, nunca é tarde para aprender e assim este miraculado já consegue ver, após trinta anos de descolonização exemplar que os pretinhos, coitadinhos, estão hoje piores do que quando não eram livres mas tinham a barriga cheia.
Claro que isto não se pode dizer.
Vai contra todos os ensinamentos da religião marxista que nos ensina que os povos oprimidos depois de se libertarem do jugo colonialista e abraçarem a fé comunista são muito felizes, tem muitos pioneiros e nunca, mas mesmo nunca mais voltam a estar em guerra entre si.
A próxima novidade para este miraculado, logo que veja dos dois olhos vai ser Timor.
E quem é ele?
Pois, o famoso Daniel Oliveira, na sua crónica no Expresso.

Ámen.

Azelha!!!


Diogo Pires Aurélio hoje no Diário de Notícias lamenta que os jornais cada vez vendam menos sendo que na sua opinião a culpa “é de imediato, e por rotina, atribuída à falta de qualidade, à falta de imaginação ou à falta de investimento no sector.”

Tem imensa razão como o Senhor Doutor Miguel Gaspar no seu editorial se encarrega de lhe demonstrar.Esta sumidade a propósito do concurso que a televisão do Estado faz para encontrar um português assim-assim lembra que:

Para uns, trata-se de um concurso de televisão que não merece atenção. Para outros, é um cenário de pesadelo imaginar que na televisão pública do Portugal democrático o povo possa vir a eleger Salazar como o maior português de sempre. Estou entre os primeiros: não só porque um concurso é um concurso, mas também porque uma votação na Internet é uma votação na Internet: pode ser facilmente manipulada e não é representativa da população.

Ora sabemos que para um jornalista o rigor dos factos nunca é um empecilho para se poder fazer uma boa história e por outro lado já não está na moda o jornalismo de antigamente em que se investigava antes de escrever.

Ele desconhece que a votação neste concurso só pode ser feita através do telefone, sendo que cada número apenas pode votar uma única vez.

Agora pensemos, se num assunto tão insignificante ele escreve sem saber sobre o que fala, o que não acontecerá quando tiver que escrever outro editorial verdadeiramente importante.

Se fosse no tempo do Nobel já tinha sido posto na rua, mas esse também despedia pela cor.

Para uns e para outros

Este post é composto de duas partes, cada uma para seu destinatário.
Esta primeira parte, é apenas para os senhores anónimos que se esfalfam para me irritar e, como mal soletram o português, não conseguem esse desiderato (esta palavra é, depois ensinada, lá mais para a frente).
Portanto, como já não são nenhuns bebés, vão começar pela sexta lição da saudosa Cartilha Maternal ou Arte de Leitura por João de Deus.
Quando tiverem compreendido tudo, mandem um mail para eu fazer um teste inter-activo.

Uma boa noite para vocês, também.

Passemos então a gente mais avançada e coloquemos esta frase escrita algures por alguém:

A partir deste momento, por razões que nem me dou ao trabalho de explicar, os comentários dependem de aprovação. E só serão aprovados os que cumpram as regras mínimas da civilidade. Definitivo e sem mais explicações.

Ora o que se pergunta aqui é aparentemente simples.
Vamos fazer de conta que estão naquele programa da televisão do Estado onde pontifica aquele gorducho, o Malato (não, não sei se é) e ele pergunta:
Quem disse esta frase:
Salazar
Cunhal
O senhor Doutor Daniel Oliveira comentador avençado na SIC no Eixo do Mal
Aí vocês torcem-se todas na cadeira e vá de perguntar – mas porque é que uns levam apenas um nome e o outro leva logo uma identificação a que só falta o BI.

Ora a resposta é easy, porque uns são conhecidos e outros não.

E como já não têm ajudas nenhumas e aquele que vai ficar para tio não está ali para facilitar nada, vocês começam a pensar (coisa que os senhores anónimos não sabem fazer e por isso estão excluídos desta parte) que aquilo deve ter sido dito por um ditador.
E pumba, foi o Salazar, e pimba lá vem a cadeira por ali abaixo.

Então foi o Cunhal. Mas não este era um democrata e só queria era amplas liberdades democráticas e casas com paredes de vidro (um praferentex, é o que é), e zás perdeu!

Então foi….. não não digo. Só lhe posso dizer que é o maior especialista nacional na música para filmes de Ennio Morricone.