terça-feira, 7 de agosto de 2007

Aborto e Democracia

A recente campanha para o referendo sobre o aborto, que se transformou num Benfica-Sporting, mostrou o pior que este povinho tem, a intolerância perante a opinião do outro o acenar de papões fantasmagóricos e o insulto directo.
Além disso mostrou a importância que a media tem, agora acrescido pelos blogs, onde o assunto passou a dominante abafando por completo os grandes e gravíssimos problemas nacionais.
Até o senhor consultor deixou de ver os salários em atraso e só consegue ver que o período não chegou.
O governo agradece.
Nesta discussão a esquerda mostrou um dos seus tiques fundamentais.
Ela é solidária, inteligente, progressista e admite muito a contragosto, porque é sempre amplamente democrática, que os outros não o são e que, infelizmente assim terá que ser, devem ser calados seja qual for o método necessário.
Por quê?
Ora claro porque a direita, ou o centro que para eles é exactamente o mesmo, é obscurantista, fascista, salazarista e apenas quer explorar o coitado do povinho para poder ir à missinha (outro pecado capital) agradecer os euros recebidos e a receber.
Como exemplo leia-se duas intervenções colhidas ao acaso em blogs.
Sinceramente, acho que ainda há muitos velhos do Restelo neste país. Aquilo que vemos, ouvimos e lemos é uma imensa minoria, mais ou menos esclarecida, mas lembrem-se que existe a maioria silenciosa, que não vai manifestar-se, mas no dia D, lá estará a cumprir o que o senhor prior pediu durante a missa dominical...
antonio boronha said...
o discurso do administrador apostólico é auto explicativo: ao contrário das muitas desgraçadas que tem de abortar por recearem não ter dinheiro para dar de comer a mais um filho, o senhor padre deve ter tido, ontem, farta consoada.
Daí ao arroto... foi um passo.
Já disse várias vezes que vou votar NÃO embora saiba que não vale de nada, uma vez que Sócrates já anunciou que ao arrepio da Constituição se o SIM ganhar sem 50% de votantes considera o resultado vinculativo e se o NÃO ganhar fará logo que oportuno outro referendo ou nas próximas eleições meterá à sucapa o assunto no programa do partido.

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